Na revista Pública do passado dia 19, Rui Cardoso Martins, Escritor escreve uma crónica reproduzida acima com o título Sangue Frio extremamente interessante: ou porque é uma história verdadeira e agrada-me o estilo ou é ficção e agrada-me a imaginação. É assim mesmo: ficção inspirada na vida real!
Só que é demasiado evidente onde ele quer chegar com a "parábola" ou com a estória.
Tudo se encaminha para a formulação do PS (pergunta simples).
Eu não discuto a convicção do senhor escritor. Presunção e água benta cada um toma a que quer. O que eu quero salientar é a forma como se lança um boato. Escreve o intelectual Rui Cardoso Martins:
"Um primo alentejano lembrou-me há dias uma questão alimentar. Porque é que o O Sr. Televisão, há uns anos, ia tantas segundas feiras comer num restaurante de carnes em Portalegre, se não fazia televisão, que se saiba, na capital do distrito a 50 quilómetros de Elvas?"
Percebem agora onde é que dirigiam as amígdalas? Baseado numa história de um primo alentejano (como são inúmeras as anedotas sobre Alentejanos...) o senhor escritor divulga publicamente uma história completamente falsa! Porquê? Porque sim. Porque dá jeito às amígdalas? Não! Porque as amígdalas é que dão jeito ao boato maldoso e falso (como todos os boatos) que pretende lançar. Mas o primo alentejano ou é curto de vista, ou ouviu de outro alentejano que já tinha ouvido de outro e este de outro ainda ou sofre de alucinações ou... pura e simplesmente não existe.
Senhor escritor: eu almocei uma única vez em Portalegre em toda a minha vida. Na companhia de minha mulher no dia 26 de Março de 2000 no restaurante da Estalagem da Quinta Saúde (tenho comprovativo) . Tínhamos ido passar uns dias na Pousada do Crato a propósito do meu aniversário (24 de Março) e demos umas voltas pela zona tendo um dia ido a Portalegre almoçar.
Portanto está o senhor escritor enganado ou, com a sua criatividade, inventou um primo alentejano. Os alentejanos não merecem isso. Deu-lhe jeito. Lamento. Invente outra estória de Alentejanos porque esta não pega! Se a imaginação não lhe chegar para tanto... penso que há um livro sobre anedotas de alentejanos. Aí encontrará muitos primos.