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As perguntas que se seguem foram enviadas por leitores do site. São as perguntas mais frequentes e/ou que considerei mais relevantes. Para ler respostas deve clicar nas respectivas perguntas.

1. O Dr. Ferreira Diniz era seu amigo ou conhecido, ou a presença no seu programa Noites Marcianas foi uma mera coincidência?

O Dr. Ferreira Diniz foi ao programa Noites Marcianas quando ele já era apresentado pela Júlia Pinheiro e não por mim. Ainda assim, o programa Noites Marcianas não era meu. Eu simplesmente era apresentador. Os convidados eram escolhidos e convidados pela Produção. 

Nunca conheci o Dr. Ferreira Dinis antes de o ver na prisão da PJ na manhã de 1 de Fevereiro de 2003.

3. Com que provas o Carlos Cruz foi confrontado para sustentar a prisão preventiva?

Não fui confrontado com coisa nenhuma. O Juiz de Instrução Criminal fez-me 6 ou 7 perguntas (se conhecia os outros arguidos, se tinha estado numa casa em Elvas, se conhecia alguém com um Lotus, se alguma vez tinha tido relações homossexuais, coisas assim) e como eu respondi que não a tudo ele achou que não valia a pena continuar. E prendeu-me.

Não acusou de nada, não me mostrou nenhuma prova. Prendeu-me. Tão simples como isso. Ao fim de mais de um ano foi obrigado a ouvir-me pelo Tribunal da Relação. Perante as minhas provas ficou tão desorientado que fez o despacho que pode ler-se no meu site onde se contradiz a ele próprio.

4. Do ponto de vista do nosso ordenamento jurídico, é ou não impugnável e portanto desde logo recorrível em sede, nomeadamente, do Tribunal Constitucional, a já aludida manobra da alteração da chamada matéria de facto, que ocorreu curiosamente quase no fim do julgamento?

Da forma como foi feita a alteração leva de  facto à possível interpretação de que é inconstitucional. Nesse sentido, os meus advogados interpuseram recurso que está a aguardar resposta pelas instâncias competentes.

5. Como é que desaparece o Processo 82? Ninguém se manifesta?

Quanto ao processo de 82: terá mesmo desaparecido? Andam por aí folhas soltas, o que não deixa de ser curioso. Para a minha defesa era óptimo que o referido processo aparecesse na totalidade de forma a não deixar quaisquer dúvidas de que nada tive a ver com a história de 1982. No entanto, as folhas que restam desse Processo e os depoimentos dos envolvidos (Procuradora, Depoentes e Educadores) não deixam quaisquer dúvidas sobre o meu não envolvimento no processo de 1982. Por favor veja mais informação sobre essa matéria na Pergunta 3 da secção de Respostas do meu site.

6. Como explica o seu envolvimento neste processo?

Esta é a pergunta feita com mais frequência. Neste momento a resposta que tenho para dar é a que está na pergunta 3 da secção "Respostas" do site.

7. O que fazer a seguir se for injustamente condenado?

Recorrerei a todos os meios (em Portugal e no Estrangeiro) para mostrar que se trata de um monstruoso erro judicial e para demonstrar a minha inocência.

8. Sabe quem paga o advogado de Carlos Silvino? Desde sempre me tem causado alguma estranheza como é que um motorista, com um vencimento necessariamente baixo, consegue pagar os serviços do advogado, durante tantos anos.

Não faço a mínima ideia de quem paga aos advogados do Sr. Carlos Silvino. Muito se tem especulado sobre este tema. Recuso-me a fazer o mesmo. No entanto relembro que o Dr. José Maria Martins é o quinto advogado de Carlos Silvino. A primeira, foi a Dra. Edviges que era colega de escritório do Dr. Pedro Namora, seguiu-se um advogado cujo nome desconheço, o Dr. Hugo Marçal, o Dr. Dória Vilar e finalmente o Dr. José Maria Martins coadjuvado pelo Dr. Ramiro Miguel.

9. Quando foi feito um exame no instituto de medicina legal ao corpo dos acusados, para verem sinais característicos, saiu para a imprensa que alegadas vitimas teriam descrito um sinal característico do Corpo do Carlos. Isso é verdade, ou foi simplesmente mais uma invenção da imprensa?

A forma como a notícia foi dada foi mais uma vez uma deturpação da realidade para usar um eufemismo.

A 17 de Julho de 2003 (137 dias depois de eu ser preso), FG, uma das alegadas vítimas, referiu que o pénis do Dr. Paulo Pedroso tinha um sinal de 2mm.

Onze dias depois rectifica e diz que afinal o sinal era no pénis do Carlos Cruz.

Posteriormente afirma que essa mancha era do tamanho da cabeça de um alfinete.

E em julgamento, no Tribunal, afirma que tenho uma mancha no pénis do tamanho de uma moeda de 1 cêntimo.(!).

É curioso, pois no meu corpo possuo vários sinais distintivos e bastante visíveis e característicos, que nenhuma das pretensas vítimas sequer mencionou - como por exemplo uma cicatriz que atravessa o meu peito resultante da cirurgia cardíaca a que fui submetido.

No entanto, esta testemunha apenas refere um sinal. Sinal esse, aliás, dotado de invulgar mobilidade, pois transitou do pénis do então arguido Paulo Pedroso para o meu.

- Em declarações a fls. 6922, o depoente FG menciona que "além da marca no corpo do Paulo Pedroso, o depoente viu um sinal no pénis com cerca de 2mm, de cor castanha"

- Cerca de uma semana depois, a fls. 7145, já o depoente declara "que no seu depoimento anterior não ficou explicitamente consignado que o sinal de cerca de 2mm de diâmetro no pénis se referia a Cartos Cruz. Com efeito, recorda-se que este arguido tem aquele sinal no pénis'"

Foi-me feita uma perícia médico-legal que não revelou quaisquer sinais, mas apenas "várias manchas hiperpigmentadas, acastanhadas-escuras e grosseiramente arredondadas" que segundo o respectivo relatório serão pelo menos doze (cfr. fls. 1245 ss.).

Conforme posterior esclarecimento prestado pelo INML a pedido do Ministério Público, tais manchas são consistentes com a idade e com o meu grupo genético, ou seja, bastante comuns:

- "...inscrevendo-se as referidas manchas num processo involutivo associado à idade, são relativamente frequentes nas pessoas do grupo etário do examinado" (cfr. fls. 13878/9 dos autos).

Sendo porém obvio que um sinal não é a mesma coisa que doze (ou mais) manchas de pigmentação causadas pela idade. E este foi crescendo... crescendo na imaginação de FG!

O relatório do INML assinado pelo Dr. Frederico Pedrosa diz:

- "Apresenta várias manchas hiperpigmentadas, acastanhadas-escuras e grosseiramente arredondadas, na pele do corpo peniano:

- uma cerca da linha média da face anterior, terço proximal, com um diâmetro aproximado de 0,3cm;

- sete -à direita da linha média, face anterior, encontrando-se duas com um diâmetro aproximado de 0,3cm no seu terço distal e as restantes cinco, com cerca de 0,lcm de diâmetro cada, nos seus dois terços proximais;

- duas à esquerda da linha média, face anterior, ambas na sua metade proximal, com 0,2cm e 0,lcm de diâmetro médio; e

- duas cerca da linha média da face posterior, ambas na sua metade proximal, com 0,2cm e 0,lcm de diâmetro médio.

E, em relatório complementar a pedido do DIAP, assinado pelo mesmo médico do INML, lê-se

2. Questão formulada pelo DIAP - Do oficio referido no Preâmbulo, transcreve-se:

" Solicita-se ainda, relativamente ao exame realizado ao arguido Carlos Pereira da Cruz se é comum na população portuguesa da etnia e idade deste arguido a apresentação das manchas hiperpigmentadas observadas no mesmo, ao nível do revestimento cutâneo do pénis...".

3. Resposta: "As manchas hiperpigmentadas descritas no revestimento cutâneo do pénis do examinado Carlos Cruz correspondem a alterações da coloração que se observam na pele senil." E mais: "O início da involução tegumentar ou envelhecimento da pele pode iniciar-se na terceira década de vida ou muito mais tarde, dependendo de vários factores (hereditários, patológicos gerais, exposição prolongada à radiação solar, etc.). Manifesta-se por diversos sinais clínicos, entre os quais, secura, atrofia e coloração amarelada ou mais ou menos parda, sardas, ceratoses, angiomas (ponto rubi).

Assim, inscrevendo-se as referidas manchas num processo involutivo associado à idade, são relativamente frequentes nas pessoas do grupo etário do examinado."

Acho que dá para entender. Alguma Comunicação Social informou que o exame tinha confirmado tudo.

10. Como conheceu o Dr. Hugo Marçal?

Conheci o Dr. Hugo Marçal no EPL (Estabelecimento Prisional de Lisboa) em Julho de 2003 quando fui transferido da prisão da PJ para aquele Estabelecimento onde o Dr. Marçal se encontrava igualmente em prisão preventiva.

11. Quando e onde conheceu o Embaixador Jorge Ritto....se em Portugal, ou nos Estados Unidos.

 

O embaixador Jorge Ritto afirma que me foi apresentado em 1975 em Nova Iorque quando lá esteve em comissão de serviço durante uma Assembleia Geral . Era costume nesse período o pessoal permanente da nossa Missão Junto da ONU ser reforçado com diplomatas, técnicos, assessores, etc. Era pessoal que passava por lá e depois desaparecia. Era pessoal com quem eu não convivia. E mesmo jornalistas passaram muitos por lá durante os quase 4 anos em que lá estive. Acredito por isso que ele me tenha sido apresentado. Mas ainda hoje a cara dele não me diz nada como nada me dirão caras de outras pessoas que por lá passaram e que me terão também sido apresentadas. Lembro-me de muito poucos (Dr. Sá Machado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Prof. Mário Ruivo, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo, mas por também serem personalidades conhecidas. Quanto a diplomatas, tirando os que trabalharam comigo como pessoal permanente, não me lembro de ninguém). Como acredito na versão do Embaixador J Ritto, admito que me tenha sido apresentado mas  acrescento que nunca tive qualquer contacto com ele, nem social, nem profissional.