Da casa de Elvas, no inquérito, só existe um desenho feito por LM. Quando o Inspector Dias André disse na TVI, na véspera das alegações finais, que os rapazes tinham feito desenhos das casa e que correspondiam à realidade, não disse a verdade. Basta consultar o processo. E esse desenho único não corresponde ao que é a casa. Em julgamento, LM e FG, e não só, fizeram desenhos que também nada têm a ver com a realidade.

Quanto aos depoimentos, nenhum rapaz conseguiu descrever o interior da casa: um diz que os quartos são no primeiro piso em frente à sala. Mas são no segundo piso, onde não há sala nenhuma; LM fala do exterior dizendo que os painéis solares eram grandes e pretos o que corresponde ao telhado de outra casa na mesma rua e quando foi lá com a PJ indicou uma outra vivenda, embora seja ao lado; outro ainda refere que do hall se via o cimo das escadas como se estas fossem direitas e afinal são em "L" com dois lances. LM, no desenho, mostra uma casa sem hall: entra-se e é tudo sala (o que é mentira), e desenha uma casa de banho porque, segundo afirmou em julgamento, "todas as casas têm uma casa de banho mas ele não viu".

No Tribunal, JPL afirma que as escadas para o piso de cima são ao fundo, em madeira e em caracol. Mas as escadas são logo à entrada, são direitas e são de mármore (ver foto). FG também afirma que as escadas eram em madeira! O tribunal levou ao interior da casa estes dois assistentes: FG e JPL as duas principais testemunhas. Não se percebe porque é que não levou mais. Ou mesmo todos. Pois mesmo dentro da casa, olhando com os próprios olhos, não foram capazes de reconhecer o interior.

Lamentavelmente não podemos mostrar esse vídeo por razões legais porque é um documento notável e que demonstra sem qualquer dúvida que aqueles rapazes nunca estiveram naquela moradia. Não identificaram nada do que tinham descrito ao Tribunal. Não reconheceram nada e refugiaram-se noutra mentira dizendo: "Isto está tudo diferente"

Chega a ser patético: FG sobe e desce as escadas para depois concluir que está tudo mudado porque a meio do primeiro lance daquela escada de mármore que terá pouco mais de um metro de largura (ver foto) tinha existido, quando lá esteve... uma sala com mesa e sofás onde bebiam sumos! JPL tenta convencer o Tribunal que à entrada era tudo sala. Como a casa tem um hall e do lado direito uma parede com uma porta que dá para uma sala (no vídeo parece ser sala de jantar), JPL resolve o problema de forma simples: "Esta parede não existia"!



É a meio deste primeiro lance da escada que FG afirma que havia uma sala com sofás e uma mesa com bebidas.

Perante tanta evidência que fez  acusação? "Descobriu" que tinha havido obras no prédio! E, como habitualmente,  há sempre uma "fonte" que lança na Comunicação Social o que interessa à acusação. E vimos, de forma irresponsável e mentirosa como a Drª Catalina Pestana afirmou à televisão que a casa tinha sofrido obras de transformação. E que obras!

O próprio Procurador tentou "vender a ideia" ao Tribunal. E baseando-se numa planta da casa apreendida na busca a PJ fez em 2003,  afirmou que, numa casa de banho do segundo piso, a banheira não está no sítio assinalado no projecto. E estas seriam as "grandes obras" que teriam destruído uma sala numa escada e uma parede inteira no primeiro piso! Uma banheira em posição diferente na casa de banho! Só que o sr Procurador baseou-se na planta apreendida e não reparou que no Processo, mais à frente, se encontram as chamadas "telas finais" que são as aprovadas pela Câmara Municipal e que são a versão definitiva que serve para a inspecção final. E nessas telas finais lá está a banheira no sítio certo, onde ainda se encontra hoje! As "telas finais" são de 1982! E a casa está exactamente como foi construída.

Foi ouvido o construtor que garantiu que a casa está tal e qual como a construiu; foram ouvidos hóspedes que lá viveram e nunca viram nenhuma obra; foram ouvidos os vizinhos. As obras inventadas por FG e JPL e a que o sr Procurador se quis agarrar teriam que ser de tal dimensão que obrigavam a mexer na estrutura da casa. Ninguém viu, ninguém notou nada, nem um contentor com entulho. NADA! Portanto, a casa que FG e JPL inventaram não é, pura e simplesmente, aquela. Nunca lá estiveram.

Resta uma nota: as pessoas ouvidas tiveram todas que ser arroladas pela defesa porque nunca foram questionadas pela investigação.

JPL foi levado a Elvas por uma jornalista antes de lá ir com a PJ. Segundo o que a jornalista declarou em Tribunal, andaram às voltas a tentar descobrir a casa. E perante tanta hesitação, JPL disse à jornalista que tinha dificuldades porque apenas tinha ido a Elvas de noite! Mas todos os "crimes" teriam acontecido de dia. Depois de lá ter ido com a jornalista, foi lá "direitinho" com a PJ.