Questões > 06 - Tinha conhecimento ou lucrou de alguma forma com estes crimes?

Durante o tempo em que estive preso foi-se formando na opinião pública a tese: se está preso é porque fez alguma coisa ou porque há provas muito fortes.

Estou inocente e enquanto estava preso fui proibido ilegalmente de contactar a Comunicação Social pela então ministra da Justiça Celeste Cardona. Não me pude defender publicamente das notícias que saíam. Estive preso durante 15 meses, amordaçado e durante a maior parte do tempo sem saber o que se passava.

Em julgamento respondi a todas as perguntas que me foram colocadas mesmo as mais disparatadas - para que nada nem ninguém ficasse sem resposta - feitas por Ministério Publico, Juízes e Advogados sobre todos os aspectos da minha vida profissional, social, sexual, familiar e financeira.

Fui examinado por psiquiatras e psicólogos. Apresentei centenas e centenas de documentos onde incluo notícias de jornais, facturas, Visas, registo de telefone, cartões de crédito, cartas de entidades várias e por aí fora. Foram ouvidas dezenas de pessoas ligadas à minha vida, família, colegas de profissão, técnicos, fornecedores e outras testemunhas que eu nunca tinha visto mas que confirmaram de forma inequívoca a impossibilidade dos factos da acusação.

Submeti-me a uma bateria de 23 testes com uma equipa do Prof Amaral Dias e com uma do Instituto de Medicina Legal com idênticos resultados: a minha personalidade não se coaduna com este tipo de parafilias.

O Dr. Pinto Pereira quando foi advogado dos assistentes e da Casa Pia tentou desenvolver de forma irresponsável e despudorada a teoria de que eu produzia filmes pornográficos e interrogou-me de forma descabida sobre toda a minha vida financeira. A realidade mostrou o ridículo da tese.

Mais tarde o Dr. Pinto Pereira saiu da equipa da Casa Pia. O Dr. Daniel Proença de Carvalho abandonou quando leu o Processo e mais tarde o Dr. José António Barreiros deixou de defender os assistentes e a Casa Pia prestando apenas uma declaração cuja leitura parece ser significativa: "Se eu abrisse a boca provocaria certamente turbulência. Tem a ver com a investigação à pedofilia em geral e com o que está em julgamento. Mais não digo."