Comunicação Social > Investigadores Atacam Cruz

O presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (pessoa que admiro nomeadamente por defender que as peças de um Inquérito deveriam ser usadas em Tribunal, o que não acontece), vem defender os seus sindicalizados afirmando que o facto de ter havido uma sentença prova que houve investigação. É um raciocínio quase de La Palisse. Mas não é sólido.

Ora, com todo o respeito, não entendo a que investigação se refere. A verdade é que me prenderam e mantiveram preso durante 15 meses sem provas, baseados em testemunhos de jovens cujo background a equipa de investigação desconhecia: os processos individuais dos assistentes foram juntos ao Processo meses depois da minha prisão; o Dr. Rui Teixeira afirmou que os jovens não se conheciam.

Não fizeram buscas a minha casa, escritório, computador ou sequer telemóvel. Nunca me vigiaram nem escutaram. Nunca interrogaram ninguém das minhas relações, nunca me ouviram ou interrogaram. Tão pouco investigaram ou ouviram as pessoas que moravam e trabalhavam nos locais dos "crimes" ou perto.

Penso que a grande defesa (corporativa ou sindical, mas acima de tudo em nome da seriedade) passa exactamente pelo reconhecimento dos erros qualquer que tenha sido a sua causa. Errar é humano.

Gostaria que lesse neste site as opiniões publicadas na Comunicação Social por dois grandes nomes da investigação e da criminologia portuguesas: Dr. Moita Flores e Dr. Barra da Costa.

Finalmente: quanto à minha mediatização sabe muito bem que não a provoquei. Foram os media que a construíram explorando ao máximo a ideia da minha culpabilidade usando inclusivamente fontes da própria investigação como se pode ouvir nas cassetes do jornalista Octávio Lopes.