Reconhecimentos > O Acórdão 3 - A despensa da casa de Elvas

Saiu na comunicação Social a notícia de que o Tribunal tinha credibilizado o reconhecimento da casa de Elvas pelo "facto de o jovem ter conseguido localizar uma despensa, que, como todas as portas da moradia, estava fechada".

O acórdão diz o seguinte, nas fls. 67498 e 67499:

"Durante as diligências todas as portas das dependências da casa estavam fechadas, só tendo permitido que fossem sendo abertas pelo Assistente, pelo Tribunal ou num caso pela própria arguida Maria Gertrudes Nunes - por dificuldade com a abertura de uma fechadura -, à medida que o ia autorizando. Isto para que o assistente não pudesse, previamente, ver que dependência ou o que estava para além de cada porta.

(...)

Ainda dentro da casa e numa parede onde existiam duas portas, fechadas, foi perguntado ao assistente se sabia o que estava atrás daquelas portas e disse, em relação a uma delas, que era a casa das bolachas, ou onde estavam as bolachas.
Aberta a porta aquela divisão era uma despensa.

(...)

o Tribunal ficou com a convicção que JPL esteve lá, no interior daquela casa: o gesto na entrada foi mecânico demais para quem não soubesse o que ia fazer. JPL não ficou à espera que a porta se abrisse para ver o que estava lá dentro; e a localização das dependências no R/C, a localização da despensa, foi um pormenor que criou convicção ao Tribunal, de que JPL esteve ali."

Ora isto não corresponde à verdade. JPL só fala da despensa como sendo a "casa das bolachas" depois da Juíza lhe abrir a porta e a luz. Mesmo assim, ele não utiliza a expressão "despensa". Veja o vídeo para confirmar.